domingo, 11 de novembro de 2007

Finalmente, The Shins!

Questiono-me constantemente acerca das razões que me fazem gostar tanto desta banda. Eis, então, a minha simples teoria: para jovens que não querem sê-lo, assim se revendo na poética manipulada (mas com propósito) dos Shins, ou ainda para os menos jovens que respiram alguma fantasia alimentada por ambiências adocicadas, a banda cumpre totalmente ambos propósitos. Com eles nadamos em delírios sonhados por um qualquer adolescente em vésperas de se deprimir e finalmente aceitar um destino monótono. Viola-nos simultaneamente a dura lírica que, por entre cenários inspirados em Pet Sounds ou a invulgar Rock Opera que nos leva até Pepperland - Yellow Submarine -, nos adverte e canta (e aqui submeto o termo canto a um enquadramento épico, qual sereia camoneana, anunciando o destino trágico que anseia impôr-se - a submissão à "ocidentalidade"). Uma violência muito contida e almofadada.
Identifico-me com o primeiro dos perfis, aquele que se vê obrigado a crescer pela cinzenta realidade que o rodeia. Mas muito me revejo também na segunda personagem, guardando no âmago uma pequena esperança de que o mundo ainda pode ser encarado com alguma ingenuidade. E porque somos plenos em contradições e dualidades, a música dos Shins só pode fazer sentido.

The Shins - Saint Simon


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