sábado, 22 de setembro de 2007

Mudança de paradigma?

Por uma semana um pouco atribulada, e consequentemente escassa em postagens, as minhas sinceras desculpas. Vamos, então, ao que interessa:

A peculiaridade de uma certa Pop, cuja explosão temos assistido ao longo dos últimos anos (principalmente desde que o desempenho do produtor se tornou tão relevante quanto o do próprio artista), assente em novos moldes electrónicos, e sobretudo no sampling constante - podemos constatá-lo no último disco de Nelly Furtado, insistente em beats feitos com talheres de cozinha, ou coros profundamente sintetizados. Esta exploração de vias alternativas para um Pop saturado e descrente nos antigos valores comerciais (onde anda Madonna agora? Provavelmente a assinar um contrato de produção com Timbaland) cujo propósito central se tornou a figura, a estrela, e não a melodia, tão querida a este género musical desde os anos 70. Felizmente, a nova geração Mtv tornou-se um pouco mais exigente, já que a Internet e o livre acesso a qualquer música de qualquer banda, assim o exige. Uma geração que cresce musicalmente com os Arctic Monkeys, Franz Ferdinand e The Strokes, não pode ouvir Justin Timberlake da mesma forma. E assim todos estes artistas consagrados pela última meia década, foram obrigados a buscar outros caminhos, outras possibilidades. E foi isso que encontraram na nova produção, impulsionada em grande parte por Timbaland. Mas Timbaland não está sozinho, e não é um inovador completo. Se ouvirmos dois álbuns de duas artistas contemporâneas - Björk e M.I.A. - e bastante distintas, conseguimos compreender em grande medida as revoluções na música Pop. Estes discos chamam-se "Medulla" e "Arular", respectivamente. As sonoridades apresentadas nestes dois discos são totalmente inovadoras, e até científicas, já que trabalham muito no lado experimental, como tentativa e erro. Mas poucos enganos se podem encontrar aqui e, pelo contrário, estão presentes muitos dos fundamentos que justificam as alterações musicais dos últimos três ou quatro anos. Podemos comprová-lo mais uma vez: Björk mantém-se na vanguarda e dita as regras futuras, e tem agora rival à altura - M.I.A., que nos deixou mais uma vez arrebatados com o seu segundo LP, "Kala". Listen carefully...

Björk... (A Triumph Of The Heart, de "Medulla")



... e M.IA. (Pull Up The People, de "Arular")



3 comentários:

Sónia Balacó disse...

Acabaste de passar a texto algo de que tenho sensação há já algum tempo. A música pop actual não existiria da mesma forma se não tivesse surgido a M.I.A. com aquele aglomerado de sons estranhos que depois se entranharam e alastraram a tudo o que é senhor mais ou menos yé. Talvez tenhamos falado disto no jantar. A verdade é que não em lembro. Se não, é só para dizer que concordo. Acerca da Bejorka, já não sei assim tão bem. Neste momento acho que ela está mais a seguir a manada, também ela abraçada ao Timabland.

Por último, a menina que ouve as 3 bandas supra-citadas vem aqui assumir o que aposto que não esperavas: gosto do Justin Timberlake. A música dele é das poucas coisinhas made-in-MTV a que não consigo dizer não. E danço danço danço.

That's it.

Ziegler disse...

As far as partying goes, consta que um tal de Timberlake, Justin, encontra longa estadia no meu Ipod. E sim, a Mtv tamb�m coexiste com os Arcrtic Monkeys e M.I.A. J� o concerto desta menina do Sri Lanka que, apesar de n�o o teres
presenciado, deu um dos espect�culos mais empenhados em Paredes de Coura '07.
Perdeste um bom concerto.

Em Novembro recebemos os Interpol, complementados ainda por Blonde Redhead - banda pela qual aguardo curiosamente. Prevejo, ent�o, uma grande noite para dan�ar.



Ah, maldita ins�nia... Boa noite.

juicebox disse...

eu gosto do justin! também está no meu ipod! :P